queria achar um jeito
de perder a cachola
sem dar tiro no peito
sem levar a viola
e desfazer as malas
as cartas marcadas
sem nem dizer adeus
chegar no ponto de ir embora
levar bilhete e o pranto
de quem fica e não chora
ficar no mesmo canto
me esquecendo mundo afora
pular de um prédio alto
voar como um macaco
sem noite e sem luz
de pés descalços
ser sempre um não ser
sem hora certa, sem demora
ter tudo e não ter
tudo ao mesmo tempo agora
Nenhum comentário:
Postar um comentário