pra deixar o dia entrar
abro janelas pelo corpo
os órgãos debruçam-se nelas
porque esperam que passe
o afiador de facas e os leve
em namoro sequestro
à procura da floresta
copas altas que nos cobrem
ameaçava a professora da igreja
não deixam a luz chegar ao chão
da amazônia, caverna aberta
a superfície digere a gente
sem lâmina de estilete meu corpo
fica fechado igual a casa
daquela tia que esconde o medo
na própria saia,
esses cômodos não ventilam
o futuro é frondoso
guardando o céu no escuro
se junta distante a outros futuros
na base do caule
a gente gesta o adubo
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