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domingo, 30 de setembro de 2012

menor


cálculos
matemáticos
também não são
o meu forte

na escola
errava até de calculadora

as palavras
descubro
merecem,
pra quem as merece,
um exato cálculo
e o poema é uma equação

não estas lamúrias
não esta preguiça
não este “ora vamos todos morrer mesmo”

fico triste
de não dizer
grandes discursos de comoção
para o meu tempo

mas me satisfaço
na rasteira
que a qualidade me dá
e que eu dou nela

isso tudo pode ser medo
de durar
eu que não duro
nem mais nem menos que o impróprio

embriagar-me
já tampouco me embriago
pela enxaqueca e pela quimioprofilaxia
que ataca o fígado

sóbrio
por motivo de doença
esqueci como é que é
olhar pras coisas

deve estar escrito
nas estrelas que são
o livro da vida e deus
sim é que é escritor
que o meu papel neste mundo seja este

branco e rasurado
planando aberto no vácuo
em que viajam competentes
o sol e os planetas

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